Em tempos passados, o termo “paciente” era amplamente adotado na psicologia, alinhando-se ao modelo médico predominante, onde os indivíduos buscavam ajuda profissional para “tratar” ou “curar” condições psicológicas, muitas vezes percebidas como “doenças” ou “distúrbios”. Nessa perspectiva, o(a) terapeuta desempenhava um papel mais diretivo, assemelhando-se ao modelo médico tradicional.
Contudo, a compreensão contemporânea reconhece que a pessoa atendida não é passiva em seu processo de entendimento e mudança. Na terapia analítico-comportamental, em especial, costuma-se utilizar o termo “cliente”, refletindo essa abordagem colaborativa, onde ambas as partes estão ativamente envolvidas no processo terapêutico. Essa escolha de terminologia destaca a ideia de que a pessoa busca a ajuda de um(a) profissional para alcançar metas específicas e promover mudanças positivas em sua vida, afastando-se da concepção de “doença”.
Apesar da psicoterapia ser, de fato, um serviço, por conta de sua natureza, o termo “cliente” pode ser interpretado de maneira mercantil, o que definitivamente não buscamos na psicologia. Por essa razão, vario entre os termos, defendendo a postura ativa e não doente da pessoa atendida, mas compreendendo o tom pejorativo que o termo “cliente” pode sugerir.
A preferência entre “cliente” e “paciente” pode variar entre as(os) psicólogas(os) e ser influenciada por diferenças culturais ou regionais. O crucial é promover a compreensão e o respeito mútuo dentro do contexto terapêutico, independentemente da terminologia utilizada, enfatizando que cada pessoa é única em sua jornada, ativa na busca por seu bem-estar e crescimento pessoal.