Cliente ou paciente? Como se referir à pessoa atendida na psicoterapia?

Em tempos passados, o termo “paciente” era amplamente adotado na psicologia, alinhando-se ao modelo médico predominante, onde os indivíduos buscavam ajuda profissional para “tratar” ou “curar” condições psicológicas, muitas vezes percebidas como “doenças” ou “distúrbios”. Nessa perspectiva, o(a) terapeuta desempenhava um papel mais diretivo, assemelhando-se ao modelo médico tradicional.Contudo, a compreensão contemporânea reconhece que a pessoa atendida não é passiva em seu processo de entendimento e mudança. Na terapia analítico-comportamental, em especial, costuma-se utilizar o termo “cliente”, refletindo essa abordagem colaborativa, onde ambas as partes estão ativamente envolvidas no processo terapêutico. Essa escolha de terminologia destaca a ideia de que a pessoa busca a ajuda de um(a) profissional para alcançar metas específicas e promover mudanças positivas em sua vida, afastando-se da concepção de “doença”. Apesar da psicoterapia ser, de fato, um serviço, por conta de sua natureza, o termo “cliente” pode ser interpretado de maneira mercantil, o que definitivamente não buscamos na psicologia. Por essa razão, vario entre os termos, defendendo a postura ativa e não doente da pessoa atendida, mas compreendendo o tom pejorativo que o termo “cliente” pode sugerir. A preferência entre “cliente” e “paciente” pode variar entre as(os) psicólogas(os) e ser influenciada por diferenças culturais ou regionais. O crucial é promover a compreensão e o respeito mútuo dentro do contexto terapêutico, independentemente da terminologia utilizada, enfatizando que cada pessoa é única em sua jornada, ativa na busca por seu bem-estar e crescimento pessoal.
Psicoterapia Comportamental com Adultos(as)

Ao longo da vida adulta, desenvolvemos padrões comportamentais, moldados por nossas experiências, nossa biologia e a cultura da qual fazemos parte. A Terapia Analítico-Comportamental se propõe a desvendá-los, proporcionando uma compreensão mais profunda do nosso comportamento.Ao identificar os fatores que influenciam nossas ações, entendemos os motivos por trás de nossas escolhas cotidianas e, mais do que simplesmente entender, a psicoterapia visa à transformação. Juntos(as), pensaremos em estratégias para fortalecer padrões comportamentais mais saudáveis, visando à autonomia.Meu objetivo é claro: não busco que permaneça eternamente na psicoterapia, mas que desenvolva as ferramentas necessárias para trilhar seu caminho com qualidade de vida. Apresento a psicoterapia como um veículo de autoconhecimento e transformação, oferecendo as bases para uma jornada independente, alinhada com seus valores e objetivos pessoais.
Orientação Parental/Familiar

Neste espaço, destaco o termo “Orientação Parental/Familiar” para enfatizar minha preocupação em reconhecer que a responsabilidade pelo cuidado de crianças ou adolescentes pode abranger diversos membros da família ou responsáveis legais, indo além dos pais biológicos. Além disso, compreendo que o processo não está necessariamente restrito aos pais, mas pode se estender a toda a família.Assim, a orientação familiar se configura como um processo colaborativo entre a(o) psicóloga(o) e os responsáveis, no qual todos os manejos são discutidos e implementados levando em consideração os valores específicos de cada família e o que ela acredita ser viável na prática. Juntos(as), pensamos em estratégias para promover uma comunicação familiar empática e eficaz, além de abordar de maneira construtiva os conflitos e atender às necessidades emocionais, sociais e cognitivas das crianças e adolescentes em diferentes estágios do desenvolvimento.A orientação familiar não se limita apenas aos(às) filhos(as); ela também cuida dos(as) responsáveis, uma vez que se configura como um espaço dedicado para discutirmos os desafios da parentalidade e as implicações emocionais de assumir a responsabilidade por outra pessoa. Este trabalho vai além do enfrentamento de desafios imediatos; trata-se de construir alicerces sólidos para o futuro. Ao investir na orientação, os(as) responsáveis não apenas enfrentam os desafios do presente, assumindo a parentalidade e lidando com conflitos familiares, como contribui de forma positiva para o caminho que seus(suas) filhos(as) seguirão.
Terapia com adolescentes

A adolescência, fase entre a infância e a vida adulta, é repleta de mudanças essenciais, frequentemente descritas como uma montanha-russa emocional e física. Durante esse período, o corpo passa por alterações notáveis: pelos surgem, a sudorese aumenta, a voz oscila, a pele torna-se mais oleosa e as temíveis espinhas decidem fazer sua estreia no rosto. É um verdadeiro turbilhão de transformações.No entanto, a adolescência não se resume apenas a mudanças físicas. Há uma reorganização cerebral em andamento, afetando não apenas a biologia, mas também aspectos sociais e emocionais. É comum e esperado que os adolescentes testem limites, tanto os seus próprios quanto os dos(as) outros(as), enquanto exploram suas habilidades e experimentam uma variedade de sensações. Esses comportamentos, embora por vezes desafiadores, são parte integrante do processo de aprendizado.Durante essa fase, o atendimento psicológico desempenha um papel crucial. Além de lidar com questões individuais, esse acompanhamento auxilia na construção de habilidades importantes, como tomada de decisões, resolução de conflitos, autonomia, competências socioemocionais e autoconhecimento. A orientação parental muitas vezes também se revela uma valiosa aliada no desenvolvimento dessas habilidades, contribuindo para o amadurecimento saudável dos adolescentes.Nesse emocionante trajeto da adolescência, é fundamental compreender e abraçar as transformações, reconhecendo que cada desafio é uma oportunidade de crescimento e aprendizado. Afinal, é o momento para a construção de uma base sólida para a vida adulta.
A Importância da Psicoterapia

A jornada da existência, por si só, é um desafio e tanto. Constantemente nos vemos diante de escolhas: o que comer, como nos vestir, qual caminho profissional trilhar, se embarcamos em um relacionamento amoroso, se deixamos o ninho familiar, se nos tornamos responsáveis por alguém – e a cada decisão, abrimos mão de algo. E tudo isso acontece enquanto lidamos com o desenvolvimento do corpo, suas diversas transformações, mudanças hormonais e alterações nos ambientes que frequentamos. Parece uma maratona, não é mesmo?A experiência humana, embora repleta de alegrias, também nos reserva momentos desafiadores. À medida que vivenciamos essas situações, é possível desenvolver transtornos psicológicos, como ansiedade, depressão e burnout. Talvez descubramos ou enfrentemos condições específicas desde o nascimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ou simplesmente percebamos a necessidade de um espaço dedicado à escuta, acolhimento e transformação.Independentemente dos desafios que enfrentamos, todos nós merecemos cuidado. Em meio a essa montanha-russa de experiências, a psicoterapia emerge como uma valiosa aliada. É um espaço seguro para explorarmos nossos pensamentos, emoções e desafios, com profissionais dedicadas(os) a nos guiar nessa jornada. Afinal, cuidar da nossa saúde mental é um passo significativo na construção de uma maior qualidade de vida.